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11/07/2017

Artigo - A cultura de não planejar

No mês de junho, tive a oportunidade de percorrer alguns países do leste europeu e pude mais uma vez, identificar o quanto nosso Brasil está atrasado em muitos sentidos, mas o que mais sofremos, como produtores de grãos e administradores, é afalta de planejamento, principalmente na área de logística.



A ausência de planos bem definidos, o não cumprimento de cronogramas e a falta de fiscalização são problemas recorrentes nas obras do governo e nisso, vemos que a falta de planejamento é um problema cultural em nosso país. Não estamos acostumados a planejar, na essência da palavra, as nossas atividades. Observamos projetos que apresentam atrasos na sua entrega por falta de cronograma estruturado ou ainda com falhas em orçamento.



Considero a falta de planejar, um problema agravante também na política. Há no país, um modelo extremamente centralizador e que apresenta claros sinais de baixo planejamento. O resultado é uma elevação do gasto público, risco inflacionário e, novamente, a desconfiança do investidor internacional com a capacidade de execução do Brasil.



Os modelos de projetos, processos e execução de obras no Brasil é ineficiente e sem as mãos de investidores, ou empresas, as obras não acontecem. Acompanhamos em cidades da Alemanha, e todos vivenciam pelo mundo televisivo ou da internet, agestão pública ligada ao desenvolvimento social.



A organização existente nos países da Europa, citando Polônia, República Tcheca, Hungria, Áustria, por exemplo, é de encher os olhos e nos faz refletir. Lá, os gestores de governo trabalham com máxima eficiência, em busca do melhor resultado para seu povo.



Mas não é só em obras que identificamos isso. A falta de planejamento está na nossa atividade agrícola e um exemplo é afalta de organização administrativa para cultivar a próxima safra. Ora, se não há planejamento, o produtor aguarda todo ano, o que o governo anunciará para financiar o plantio das culturas, e se isso não ocorrer, o homem do campo está de mãos atadas.



O que vemos hoje, é reflexo dos acontecimentos de toda a história do Brasil, mas se não trabalharmos para mudar isso, realizar um projeto de reconstrução cultural às pessoas, continuaremos com um desenvolvimento irrisório, comparando ao potencial existente.



O que nós queremos para nosso país? Essa é uma pergunta que sempre faço. Nós temos pontos fortes e são muitos, mas esse potencial esbarra na falta de organização e diretamente na agricultura, temos problemas de infraestrutura portuária, mas principalmente de logística.



Mas para melhorar todo o processo, é necessário investir, principalmente em educação, saúde e segurança, por exemplo. Há um excesso de desinformação do brasileiro, que se contenta com pouca coisa, desconhece a história e acredita muito em promessas e aí voltamos a falar da cultura de não planejar.



Quando tivermos um país com profissionalização em todos os setores, ter planejamento e metas para no mínimo 30 anos, faremos um desenvolvimento contínuo e igual. O desaquecimento da economia, nos apresentou o despreparo do nosso Brasil e da falta de planejamento estratégico.



Mais do que trabalhar por um país melhor, devemos mudar nossa cultura de não planejar. A caneta está em nossas mãos e devemos utilizar, ou ficaremos ainda mais atrasados, tanto culturalmente, como socialmente, pois a infraestrutura do nosso país tem um longo caminho a percorrer e melhorar.



Luiz Carlos Chiocca - Diretor Presidente da Copercampos




Fonte: Assessoria de Imprensa Copercampos